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segunda-feira, 28 de abril de 2025

HU de Dourados aproxima saberes indígenas e atenção hospitalar

Neste sábado, dia 19 de abril, é celebrado o Dia Nacional dos Povos Indígenas. De acordo com o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil conta com mais de 260 povos indígenas, população de cerca de 1,7 milhão de pessoas. Grande parte dela está concentrada no Norte (44,48%), seguida pelo Nordeste (31,22%) e pelo centro-oeste (11,80%). 

Conforme a lei nº 8.080/90, as populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS (Sistema Único de Saúde), em âmbito local, regional e a centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. Dentro dos cuidados, além dos programas e políticas inerentes a atenção à saúde, também é seguida a Pnaspi (Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas).

Intérprete de língua

O HU (Hospital Universitário), da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) presta atendimento de forma acolhedora e humanizada, valorizando os aspectos étnicos e culturais envolvidos na determinação das doenças, visando minimizar os conflitos entre o saber biomédico e o tradicional indígena.

O CSIN (Comitê de Saúde Indígena do hospital) foi reestruturado em 2022. No ano passado, até o mês de novembro, foram realizados 1.200 internações, 1.009 consultas, 128 cirurgias e mais de 524 partos em pacientes indígenas.

Uma das ações do comitê foi a identificação de oito colaboradores falantes do idioma guarani para auxiliar com interlocuções. Além disso, em março de 2025 o HU de Dourados passou a contar com intérpretes da língua guarani, visando eliminar barreiras linguísticas que dificultavam a comunicação entre pacientes indígenas e profissionais de saúde. Outra ação realizada foi a inclusão de traduções no idioma guarani nas placas internas de maior circulação de pacientes, acompanhantes e visitantes indígenas.

Já o projeto de extensão, “Por uma vinda bem-vinda”, idealizado por residentes em Obstetrícia, possibilita visita das gestantes à Unidade da Mulher e da Criança e rodas de conversas nos postos de saúde nas aldeias de Dourados. O projeto busca ser um espaço permanente de diálogo e formação, com foco na divulgação dos direitos das grávidas e de seus familiares, promovendo um parto humanizado e um acompanhamento perinatal de excelência.

O HU de Dourados, também está implementando o projeto de telessaúde para a população indígena, visando ampliar o alcance da assistência, facilitar o acesso destes pacientes, diminuir filas reduzindo o tempo de espera para o atendimento, reduzir os custos envolvidos nos atendimentos e otimizar recursos. De acordo Luciana Comunian, enfermeira especialista em saúde indígena, já estão sendo ofertadas teleinterconsultas de Psiquiatria, Reumatologia e Endocrinologia para a aldeia Jaguapiru do Polo Base de Dourados, além de atendimento em Ginecologia/Obstetrícia para gestantes de alto risco para o Polo Base de Japorã.

Fonte: Dourados News

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